Sete utensílios de plástico para aposentar (e como substituí-los com segurança)

Por que repensar os plásticos na cozinha

A ideia não é criar medo, e sim reduzir exposições desnecessárias. Calor, atrito e tempo de uso favorecem a migração de componentes do material para o alimento e a liberação de micro ou nanopartículas — especialmente em peças arranhadas, deformadas ou muito antigas. Comece pelas trocas que trazem mais benefício: itens que encostam no calor e os que já apresentam desgaste, fazendo a transição por etapas. No Brasil, a Anvisa regula materiais de contato com alimentos por listas positivas e limites de migração e ressalta que o uso inadequado (por exemplo, levar plásticos não indicados ao micro‑ondas) pode elevar a migração além do permitido.

1) Espátulas e colheres de plástico

Utensílios que encostam diretamente na panela, pegam calor e sofrem atrito perdem integridade com o tempo. O resultado são peças opacas, com cheiro persistente e microfissuras — um cenário que favorece a liberação de partículas. Troque gradualmente por silicone de boa qualidade (mais firme e sem cheiro), aço inox para mexer e selar, e madeira ou bambu bem acabados para preparos delicados.

2) Antiaderentes e utensílios com revestimento

Antiaderentes modernos podem ser usados com segurança no dia a dia quando bem cuidados. O problema está em superaquecer (como pré-aquecer a frigideira vazia em chama alta) e em manter peças riscadas ou lascadas. Para cozinhar com segurança, prefira fogo baixo a médio, evite pré-aquecer a panela vazia, ventile a cozinha e troque utensílios riscados ou lascados. Boas alternativas são: inox, cerâmica e ferro fundido

3) Descartáveis plásticos (talheres e afins)

São práticos, mas pouco sustentáveis e, pelo material fino, arranham e deformam com facilidade. Com alimentos muito quentes ou gordurosos, a migração de componentes tende a aumentar. Para eventos e piqueniques, prefira bambu ou madeira compostável; na rotina, carregue um pequeno kit reutilizável de inox ou bambu.

4) Melamina (pratos e tigelas resistentes)

A melamina é leve e durável, ótima para saladas e petiscos. Para preparações muito quentes ou para aquecer, prefira vidro temperado, porcelana/cerâmica ou inox. De modo geral, use melamina para preparações frias ou em temperatura ambiente.

5) Plásticos com BPA — e cautela com o “BPA-free”

O tema BPA está em evolução regulatória no mundo. Diante de diferentes entendimentos entre agências, uma escolha prudente é: priorizar vidro para armazenar e aquecer; evitar aquecer comida em plásticos quando possível; e não assumir que “BPA-free” é automaticamente melhor, pois alguns substitutos também estão sob avaliação.

6) Tábuas plásticas muito sulcadas

Ranhuras profundas dificultam a higienização e podem gerar micropartículas durante o corte. Se a sua tábua está muito marcada, é hora de substituir. Boas opções são madeira dura (end‑grain), bambu ou uma composição de materiais de qualidade. Segundo a Anvisa, a segurança depende também da higienização eficaz e da condição de uso. Desgastes que comprometam a limpeza ou elevem a liberação de partículas indicam substituição.

7) Plásticos envelhecidos, rachados ou “pegajosos”

Perda de brilho, opacidade, cheiro persistente, sensação pegajosa, trincas ou bordas gastas indicam degradação. Peças degradadas tendem a liberar mais partículas e higienizam pior. Aposente sem culpa.

Como fazer a transição com calma (e sem gastar demais)

1) Comece pelo calor: troque espátulas e colheres que encostam na panela e antiaderentes riscados.

2) Depois, armazenamento: migre aos poucos os potes de plástico para vidro (a tampa pode continuar sendo plástica).

3) Superfícies seguras: substitua tábuas muito sulcadas e mantenha rotinas de limpeza eficientes.

4) Hábitos que protegem: evite superaquecer antiaderentes, ventile a cozinha e use o micro‑ondas com materiais indicados para isso.

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